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A adaptação às alterações climáticas nas Zonas Costeiras e Mar e a Gestão de Recursos Hídricos foram os temas em destaque numa sessão realizada em Grândola, promovida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA), no âmbito da Estratégia Regional de Adaptação às Alterações Climáticas do Alentejo que aquela entidade está a desenvolver.
Como matéria de trabalho para os participantes no encontro de dia 30 de outubro, onde se incluíram técnicos dos municípios que integram a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) - que deu apoio técnico à sessão - foram apontados, entre outros temas, previstos até ao final do século (2100), a falta de água e a subida do nível médio do mar, que se irá fazer sentir particularmente no litoral alentejano.
A título de exemplo, em relação à subida das águas do mar, os dados disponíveis nos modelos de simulação apontam para uma subida do nível médio do oceano na costa alentejana entre os 0,62 e os 1,13 metros até ao ano 2100, com consequências agravadas pelo aguardado aumento de tempestades e outros fenómenos marítimos extremos.
Aguarda-se o aumento da erosão costeira e as inundações das zonas mais baixas e próximas do mar, com galgamentos e consequentes riscos para as populações residentes nessas zonas. O estuário do Sado, incluindo o curso atingido pelas marés, que vai a montante da cidade de Alcácer do Sal, e toda a costa entre Troia e Grândola, incluindo as lagoas de Melides e Santo André, deverão, de acordo com os modelos elaborados pelos cientistas, ser das zonas mais afetadas pela subida do mar no Alentejo Litoral, a par da foz do rio Mira, em Vila Nova de Milfontes.
Outro evento extremo aguardado e a exigir medidas para reduzir o seu impacto é a falta de água, consequência da redução da chuva. Neste caso, a remodelação dos sistemas de abastecimento de água às populações, com o principal objetivo de reduzir ao mínimo as perdas, apresenta-se como das medidas mais urgentes, bem como o aumento das bacias de retenção das águas da chuva e a melhoria de eficácia dos sistemas de rega na agricultura.
O Alentejo foi a primeira região do país a lançar uma estratégia de adaptação às alterações climáticas, com 50 medidas em dez setores, para preparar a população e o território para os impactos. Além da CIMAL, integra as comunidades intermunicipais do Alto Alentejo (CIMAA), Alentejo Central (CIMAC) e Baixo Alentejo (CIMBA).
Para além do workshop realizado em Grândola, decorreram e estão previstas outras sessões em localidades diversas do Alentejo.